A Irmandade dos Rosário é uma comunidade negra e atua informalmente preservando a cultura e as tradições da família Aviz do Rosário, originária dos Campos de Bragança - nordeste do Pará. Parte da família veio para a zona metropolitana de Belém através dos fluxos migratórios, mas mesmo na cidade tentam manter os costumes de sua cultura de origem.

terça-feira, 11 de setembro de 2012

Memórias da infância

A pobreza para nós significava muito por causa de nossa história. Vivíamos nos campos de cima São João, lugar de rara beleza. Em frente a nossa casa tinha um lago imenso, na lateral direita plantio de fumo, na lateral esquerda cafezal e nos fundos, casa de farinha e mandiocal. Não sei direto o porque, só sei que o papai vendeu essa a casa e o terreno e fomos todos nós morar em Bragança. Diria minha mamãe: viemos para cidade pra (dês)burrar vocês. Na cidade de Bragança moramos em três casas. Da última, lembro-me perfeitamente e tenho as melhores lembranças: o piso era de assoalho (tábuas velhas), brincávamos lá embaixo com as bonecas de vidros quadradas, redondas, finas, grossas pretas, transparentes de todo tipo, era tudo o que tínhamos para brincar, além, é claro do nosso quintal, lá o “bicho” pegava. Passávamos horas a fio brincando e sonhando. 
Continuo brincando e sonhando...

Maria José Aviz do Rosário

Memórias da infância

A pobreza para nós significava muito por causa de nossa história. Vivíamos nos campos de cima São João, lugar de rara beleza. Em frente a nossa casa tinha um lago imenso, na lateral direita plantio de fumo, na lateral esquerda cafezal e nos fundos, casa de farinha e mandiocal. Não sei direto o porque, só sei que o papai vendeu essa a casa e o terreno e fomos todos nós morar em Bragança. Diria minha mamãe: viemos para cidade pra (dês)burrar vocês. Na cidade de Bragança moramos em três casas. Da última, lembro-me perfeitamente e tenho as melhores lembranças: o piso era de assoalho (tábuas velhas), brincávamos lá embaixo com as bonecas de vidros quadradas, redondas, finas, grossas pretas, transparentes de todo tipo, era tudo o que tínhamos para brincar, além, é claro do nosso quintal, lá o “bicho” pegava. Passávamos horas a fio brincando e sonhando. 
Continuo brincando e sonhando...

Maria José Aviz do Rosário

quinta-feira, 3 de maio de 2012

"Narradores de Javé" parece com Belo Monte, né!?

A montagem do cineclube é colaborativa e envolve toda a comunidade.
A comunidade chegou cedo para montar a tela de projeção e arrumar tudo para esperar o filme.  Sessão que lotou a varanda do bar do sr. Márcio e teve até pessoas assistindo do meio da rua.
E foi a similaridade do que viveu o povo de Javé no enredo do filme de Eliane Caffé com a situação que hoje vivem dos paraenses de Altamira e do alto Xingu o assunto que tomou conta das conversas sobre o filme "Os narradores de Javé".
As falas sobre o filme foram aos poucos revelenado a percepção sobre o comportamento desrespeitoso com a história e os valores dos mais pobres, assim como com a hostória e com os valores dos povos e das comunidades tradicionais, por parte daqueles que defendem a imagem do progresso como a realização de grandes obras de engenharia para o fornecimento de energia elétrica para a instalação de industrias.
O triste foi constatar que os desrespeitosos estão sempre entre os governantes.
A sessão do cineclube proporcionou uma outra reflexão sobre o progresso, e as narrativas que surgiram dessas conversas caminharam para a construção de uma outra noção de progresso que considere o humano e a vivência no lugar...
Talvez apenas divagações para fazer sonhar um futuro qualquer que venha depois de embalar em punhos de redes o sono nesta noite que chegou com o cheiro de terra molhada...


A comparação foi com Belo Monte...


O cineclube é uma parceria da Irmandade dos Rosário com o Conselho de Associações das organizações dos moradores das comunidades Sta. Helena, Jardim Botânico, Samambaia, São José, Geraldo Palmeira, Nova Independência, Maria Pantoja, Nair Cabral e Fernando Correia. Conta com o apoio e parceria do PET Conexão de Saberes/ PROEX -UFPA; da rede [aparelho]-: que colabora com empréstimo de equipamentos de projeção, do Cineclube Nangetu/ Projeto Azuelar que fornece os filmes de seu acervo, da Federação Paraense de Cineclubes - PARACINE e Conselho Nacional de Cineclubes que, além do apoio institucional, contribuem com o debate ao final da sessão. 

terça-feira, 1 de maio de 2012

Mutirão para a construção da casa da Mariana e do Maicon.



Parentes e amigos se reuniram neste domingo dia 29 de abril paramais uma etapa da construção da casa da mariana e do maicon. Assentaram o piso e as portas e a casa já está quase pronta para ser habitada.

Educação ambiental - aprendendo a fazer mudas de açai.

Renata Lira passou a semana ensinasndo as crianças a preparar mudas de açai em reciclagem de embalagens industriais.
As fotos registram as mudas feitas por Rafael e MNaria Luiza Lira.


Tá na época de colher cacau.

Uma festa para quem gosta de alimentação saudável, os cacaueiros plantados pela Odiléa do Rosário Lira já estão dando frutos. São cacaus roxos que estão fazendo a alegria da criançada.



segunda-feira, 30 de abril de 2012

Cineclube da Irmandade apresenta "Os narradores de Javé", de Eliane Caffé.no feriado de 1 de maio.

Quando: 1 de maio de 2012 - 18:30
Local: Varanda do Bar do Sr. Márcio.
Comunidade Jardim Botânico
BR 316, Km 12, Rua Dona Ana, n. 627
Ananindeua-PA


Narradores de Javé, de Eliane Caffé. Brasil, 2003 - 85 min.
Sinopse: Somente uma ameaça à própria existência pode mudar a rotina dos habitantes do pequeno vilarejo de Javé. É aí que eles se deparam com o anúncio de que a cidade pode desaparecer sob as águas de uma enorme usina hidrelétrica. Em resposta à notícia devastadora, a comunidade adota uma ousada estratégia: decide preparar um documento contando todos os grandes acontecimentos heróicos de sua história, para que Javé possa escapar da destruição. Como a maioria dos moradores são analfabetos, a primeira tarefa é encontrar alguém que possa escrever as histórias. Decidem então escrever a história da cidade - mas poucos sabem ler e só um morador, o carteiro, sabe escrever. Depois disso, o que se vê é uma tremenda confusão, pois todos procuram Antônio Biá, o "autor" da obra de cunho histórico, para acrescentar algumas linhas e ter o seu nome citado.

O cineclube é uma parceria da Irmandade dos Rosário com o Conselho de Associações das organizações dos moradores das comunidades Sta. Helena, Jardim Botânico, Samambaia, São José, Geraldo Palmeira, Nova Independência, Maria Pantoja, Nair Cabral e Fernando Correia. Conta com o apoio e parceria do PET Conexão de Saberes/ PROEX -UFPA; da rede [aparelho]-: que colabora com empréstimo de equipamentos de projeção, do Cineclube Nangetu/ Projeto Azuelar que fornece os filmes de seu acervo, da Federação Paraense de Cineclubes - PARACINE e Conselho Nacional de Cineclubes que, além do apoio institucional, contribuem com o debate ao final da sessão. 

Cineclube debate o envelhecimento saudável.

A sessão aconteceu na varanda do Bar do Sr. Márcio, por causa da ameaça de chuva, e foi temática e abordou diversas visões diferentes sobre o envelhecimento saudável. Dona Vicenza, que é a mais idosa moradora da comunidade, foi convidada a comentar os filmes, e ela disse que é muito importante repassar os conhecimentos sobre a extração do óleo de andiroba e que o filme Xandu deveria ser mais divulgado.





Sobre o filme Pássaros andarilhos e bois voadores, Dona Vicenza disse que ficou muito emocionada de se ver na tela do cinema,e sugeriu que a comunidade montasse uma briuncadeira de Boi para as festas juninas que se aproximam. Ela contou que quando criança, no Ceará, ela dançava num "Boi de corda" e que ainda sabe algumas toadas, e que pode ensinar as crianças a cartar.
Dona Vicenza comentou os filmes da sessão com a criançada.

Mas ela falou também do Dona Carmela e do Tampinha, e disse que é muito bom ver estórias onde crianças convivem respeitosdamente com seus avós... Para ela essa é a lição que a sessão pode deixar para a comunidade.



O cineclube é uma parceria da Irmandade dos Rosário com o Conselho de Associações das organizações dos moradores das comunidades Sta. Helena, Jardim Botânico, Samambaia, São José, Geraldo Palmeira, Nova Independência, Maria Pantoja, Nair Cabral e Fernando Correia. Conta com o apoio e parceria da rede [aparelho]-: que colabora com empréstimo de equipamentos de projeção, do Cineclube Nangetu/ Projeto Azuelar que fornece os filmes de seu acervo, da Federação Paraense de Cineclubes - PARACINE e Conselho Nacional de Cineclubes que, além do apoio institucional, contribuem com o debate ao final da sessão.

domingo, 15 de abril de 2012

Ananindeua - Atoleiro na rua Dona Ana impede tráfego na via pública.

Rua Dona Ana virou um atoleiro intrafegavel.

Segundo informações dos moradores, o atoleiro foi causado pela empresa Gold Brasil Logística, que resolveu por conta própria jogar e espalhar piçarra nos buracos da rua D. Ana próximo à Br 316,  no centro de Ananindeua. 
Agora somente os caminhões que vão para a empresa conseguem trafegar pela via pública.
Cadê a prefeitura de Ananindeua pra resolver a situação?

Motos tem que andar pela calçada improvisada para pedestres.

Ciclistas e pedrestes reclamam que passam com dificuldade pelo trecho.





domingo, 8 de abril de 2012

Magia de Jinsaba - mutirão de reflorestamento em abril.

Mais uma vez Maria José Aviz do Rosário reuniu as crianças e os jovens da Irmandade dos Rosário em ação de educação ambiental. Foi neste domingo, 1 de abril - um mutirão de plantio de mudas de árvores nativas na mata que protege a nascente de água do sítio.
A preservação da nascente é uma preopação da Irmandade dos Rosário.
Foram plantadas mudas de cajuí (ou caju-açu), castanheira, andiroba, uxi, pupunha, açai e outras espécies frutíferas que foram levadas para as clareiras abertas pelas recente queda de árvores adultas.
O mutirão teve a participação de Bruna Suelen e Fernando do Pádua, que desenvolvem um projeto ambiental parecido na ilha de Colares, e eles levaram mudas de jambeiros na promessa de trazerem de lá outras mudas de árvores de uxi, piquiá e abil.
Neste mutirão, os jovens ainda iniciaram a coleta dos dejetos que estão poluindo o rio Uriboca, e apontaram para a necessiade de uma ação efetiva de limpeza do rio.
O projeto “A magia de Jinsaba – sem folhas não tem ritual”, é desenvolvido pela Irmandade dos Rosário em parceira com o Instituto Nangetu, relacionando a preservação do meio ambiente à preservação dos conhecimentos tradicionais.
Fernando levou mudas de jambeiro para a ilha de Colares.
Fotos de Analidia do Roário

É tempo de jambo - alimentação saudável.

Estamos na época dos jambeiros frutificarem, e a safra tem alimentado a Irmandade dos Rosário e também pessoas da comunidade que pedem para coletar os frutos.
A manutenção de horta e pomar orgânico (sem uso de agrotóxicos e de adubos quimicos) faz parte do 'Projeto Magia de Jinsaba - sem folhas não tem ritual', que alia as ações de preservação ambiental ao conhecimento tradicional, ao manejo tradicional dos bens naturais, à identidade alimentar do amazônida e à alimentação saudável.


O projeto é desenvolvido pela Irmandade dos Rosário em parceria com o Instituto Nangetu.

Renata Lira participou da oficina de produção audiovisual na UNAMA.

A oficina aconteceu nos dias 22 e 23 de março no laboratório de comunicação da UNAMA Br como parte da programação do festival Osga de vídeos universitários. A Oficina de Produção foi comandada pela galera da Alt Produções. Roteiros, filmes, linguagem cinematográfica, making ofs, bastidores e muita informação sobre produção foram abordados no evento. No final, equipamentos como sliders e sholders foram construídos e sorteados entre os participantes.



Cineclube - Sessão sobre o envelhecimento saudável.

sábado, 7 de abril de 2012

Pássaros andarilhos e bois voadores na sessão de cineclube;

Parte do filme teve a área da Irmandade dos Rosário como locação e os membros das comunidades vizinhas atuaram como figurantes para as cenas que rodaram por lá, e talvez por esse motivo tenha sido tão esperada a sessão do cineclube com o filme "Pássaros andarilhos e bois voadores", de Luiz Arnaldo Campos.

O enredo de encontros e desencontros amorosos que acompanha a trama do filme e as manifestações de boi e pássaros - identidade das manifestações populares do mês de junho no Pará, deram início ao debate, mas foi mesmo a participação das comunidades nas filmagens o que mais se debateu ao final da sessão.
A sessão aconteceu na sexta-feria, 23 de março e foi na varanda do bar do sr. Márcio Lira, pois chovia muito e não foi possível fazer a sesão na alameda Alcebíades.


O cineclube é uma parceria da Irmandade dos Rosário com o Conselho de Associações das organizações dos moradores das comunidades Sta. Helena, Jardim Botânico, Samambaia, São José, Geraldo Palmeira, Nova Independência, Maria Pantoja, Nair Cabral e Fernando Correia. Conta com o apoio e parceria da rede [aparelho]-: que colabora com empréstimo de equipamentos de projeção, do Cineclube Nangetu/ Projeto Azuelar que fornece os filmes de seu acervo, da Federação Paraense de Cineclubes - PARACINE e Conselho Nacional de Cineclubes que, além do apoio institucional, contribuem com o debate ao final da sessão.

segunda-feira, 5 de março de 2012

Matéria de TV sobre o Cineclube, com a Marceli.

Instituto Nangetu: Vídeo - registro da presença de macacos na mata do...

Instituto Nangetu: Vídeo - registro da presença de macacos na mata do sítio

Projeto Magia de Jinsaba - sem folhas não tem ritual.
Instituto Nangetu e Irmandade dos Rosário.
Projeto de Preservação Ambiental.
Reflorestamento e menutenção da mata do sítio em Ananindeua/PA.

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sexta-feira, 2 de março de 2012

Construindo mapas com as crianças do projeto SEMEAR.


Vocês podem me mostrar onde é que vocês moram? Com esta pergunta a artista paulista Graziela Kunsch iniciou uma conversa com as crianças do projeto SEMEAR - semeando hoje o futuro do amanhã -, na sede campestre da ASSIPREB, localizada na rua Dona Ana, em Ananindeua, no dia 23 de fevereiro de 2012. As crianças, que vivem nas comunidades ao redor da rua Dona Ana - Sta. Helena, Jardim Botânico, Samambaia, São José, Geraldo Palmeira, Nova Independência, Maria Pantoja, Nair Cabral e Fernando Correia - se dividiram em grupos e se debruçaram em cartolinas, pincéis atômicos e giz de cera para representar no papel os lugares que são importantes para a vida delas. Foram desenhados mapas com as casas onde moram, as igrejas das diversas religiões, a mata que dá o nome para a comunidade do Jardim Botânico, o rio Uriboca, seus espaços de brincadeiras (como o Cineclube da Irmandade dos Rosário na alameda Alcebíades e a prática de esportes no clube da ASSIPREB) e as casas das quituteiras onde costumam merendar. As situações de perigo também foram identificadas, entre elas a localização de escolas - quase todas distantes das comunidades -, a ponte improvisada sobre o rio Uriboca, a travessia da BR 316 e a longa distância até as paradas de ônibus.


No dia seguinte as crianças assistiram aos vídeos do Projeto Mutirão, desenvolvido pela artista em colaboração com diversos movimentos sociais, e conversaram sobre o que poderia ser diferente no local onde moram. Ali duas ideias ganharam força: desenvolver uma placa bem grande para identificar a rua Dona Ana, quando se chega pela BR (a rua não tem placa e nenhuma das comunidades está nos mapas oficiais de Ananindeua); e plantar mudas de pés de jambo pelas ruas.


A ideia da placa foi inspirada nas placas de rua feitas à mão colocadas dentro da Comunidade Jardim Botânico e a ideia dos pés de jambo nasceu a partir de um relato de Arthur Leandro, que antes de se tornar morador da área ia ali aos finais de semana, há 44 anos, para brincar no quintal da casa de seu avô (chamado Alcebíades, é por isso que a alameda onde está a casa se chama Alcebíades!). Nesse quintal dava para tomar banho de rio e ver tatus, cotias, jacarés, jibóias, veados, peixes como puraqués, jandiás, acarás e jijus, pássaros aquáticos como socós e manguaris, marrecas e garças. As crianças ficaram sensibilizadas sobre o quase desaparecimento da mata e pensaram nos pés de jambo, que faz parte da identidade da cidade de Ananindeua e é uma fruta muito gostosa.

A pavimentação das ruas de terra com asfalto também apareceu como desejo em vários relatos dos moradores e das moradoras, anseio de um dia poderem chegar a seus destinos sem ter de atravessar ruas enlameadas. Arthur falou então que a pavimentação não precisa ser com asfalto, que o asfalto eleva a temperatura da cidade e não permite a absorção de água pelo solo - o que afeta as nascentes de água e causa impactos ambientais irreversíveis -, e disse que existem outros materiais que podem pavimentar as ruas sem causar esses impactos, como os bloquetes intertravados, e que essa pavimentação aliada à sombra que virá com a arborização urbana dos pés de jambo vai proporcionar maior conforto ambiental para a área.

Para o projeto SEMEAR os mapas construídos com as percepções e desejo de futuro das crianças poderão ajudar a construir uma pauta de negociação das associações de moradores com a prefeitura de Ananindeua.

O Projeto SEMEAR é desenvolvido pelo conselho das associações de moradores das comunidades Sta. Helena, Jardim Botânico, Samambaia, São José, Geraldo Palmeira, Nova Independência, Maria Pantoja, Nair Cabral e Fernando Correia e tem o apoio da Irmandade dos Rosário.